“Quem deve
enfrentar monstros deve permanecer atento para não se tornar também um monstro.
Se olhares demasiado tempo dentro de um abismo, o abismo acabará por olhar
dentro de ti.”
Friedrich
W. Nietzsche
Essa é a citação que descreve com
maior precisão o desenrolar dos acontecimentos desse início de graduação. Além
de uma resposta aos desdobramentos, é também o prelúdio do meu temor: Até onde
aguentarei não me transformar em um monstro? Até quando conseguirei manter os
olhos do abismo longe dos meus?
As transformações são evidentes desde
as primeiras aulas, mas eram mínimas neuroses que estavam tomando conta da
derme, do organismo. Conversando com amigos depois de ver o filme “A Dama de
Ferro”, que, aliás, é muito bom, nós começamos a falar do nosso empreendimento empirista.
Cada qual com seu mundo, eles numa mesma
galáxia e eu em outra que nem sei como fui parar. Explico: As ciências humanas
e sociais aplicadas são a Via Láctea, lugar onde eu nasci e onde eles estão já eu
me encontro em uma galáxia não tão distante, mas onde o pensamento é distante o
suficiente pra ser percebido sem muito esforço, parece que não tem nada de
prático, coisa que eu não concordo, mas nos olhos alheios é uma teoria que de
longe é atemporal, mas pra eles está presa no passado.
Como só o outro consegue ver
alguma coisa de nós, eu aceito a afirmativa deles quanto ao distanciamento que
já começo a lidar com as coisas, e captando a essência, ponho em prática a
racionalização desse novo pedaço do meu eu.
Não sem pestanejar...
Não consegui ver esse
distanciamento temporal, não me vejo vetada a raciocinar só no passado, muito
menos que todos os meus estudos sejam direcionados pra um lugar longe do
presente. ‘Ver’ o que já aconteceu e absorver seus efeitos sempre foi minha
forma de sopesar o agora. Não acredito que o que faço hoje, nas minhas leituras
e conclusões seja diferente, eu só tenho me embasado mais sobre o passado, e
isso nem de longe me tira do eixo.
Vamos ver no que vai dar.
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Eu tenho coisas a fazer, como
sempre, e igualmente como sempre as deixo tomar conta da minha cabeça e não dos
meus esforços diários. Tenho que organizar isso, antes que a corda se aperte em
volta do meu pescoço. Nesse fim de semana vou empreender uma leitura clichê: “Manifesto
do Partido Comunista” de Marx & Engels. Já comecei, mas não saí do primeiro
capítulo, vamos esperar que eu chegue ao fim e sem precisar de reler eu consiga
concluir meu julgo.
Outra coisa, que tinha me
prometido era que organizaria meus poemas e textos, não consegui, vão continuar
bagunçadíssimos espalhados por vários cadernos, hds e blogs. Um perigo para os
meus direitos autorais...
Mais uma coisa...
- Que tal ser ateia em uma família católica?
- É assim, eu como muito bem nos feriados,
principalmente na páscoa: chocolate 'glorificado' e sem blá, blá, blá da família...
E nem preciso encenar nada. Engorda, mas a gente releva.
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Acabei de achar... Muito bom: