sexta-feira, 6 de abril de 2012

"...O abismo acabará por olhar dentro de ti."


by Orlando Pedroso




“Quem deve enfrentar monstros deve permanecer atento para não se tornar também um monstro. Se olhares demasiado tempo dentro de um abismo, o abismo acabará por olhar dentro de ti.”

Friedrich W. Nietzsche


Essa é a citação que descreve com maior precisão o desenrolar dos acontecimentos desse início de graduação. Além de uma resposta aos desdobramentos, é também o prelúdio do meu temor: Até onde aguentarei não me transformar em um monstro? Até quando conseguirei manter os olhos do abismo longe dos meus?

As transformações são evidentes desde as primeiras aulas, mas eram mínimas neuroses que estavam tomando conta da derme, do organismo. Conversando com amigos depois de ver o filme “A Dama de Ferro”, que, aliás, é muito bom, nós começamos a falar do nosso empreendimento empirista.  Cada qual com seu mundo, eles numa mesma galáxia e eu em outra que nem sei como fui parar. Explico: As ciências humanas e sociais aplicadas são a Via Láctea, lugar onde eu nasci e onde eles estão já eu me encontro em uma galáxia não tão distante, mas onde o pensamento é distante o suficiente pra ser percebido sem muito esforço, parece que não tem nada de prático, coisa que eu não concordo, mas nos olhos alheios é uma teoria que de longe é atemporal, mas pra eles está presa no passado.

Como só o outro consegue ver alguma coisa de nós, eu aceito a afirmativa deles quanto ao distanciamento que já começo a lidar com as coisas, e captando a essência, ponho em prática a racionalização desse novo pedaço do meu eu.

Não sem pestanejar...

Não consegui ver esse distanciamento temporal, não me vejo vetada a raciocinar só no passado, muito menos que todos os meus estudos sejam direcionados pra um lugar longe do presente. ‘Ver’ o que já aconteceu e absorver seus efeitos sempre foi minha forma de sopesar o agora. Não acredito que o que faço hoje, nas minhas leituras e conclusões seja diferente, eu só tenho me embasado mais sobre o passado, e isso nem de longe me tira do eixo.

Vamos ver no que vai dar.


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Eu tenho coisas a fazer, como sempre, e igualmente como sempre as deixo tomar conta da minha cabeça e não dos meus esforços diários. Tenho que organizar isso, antes que a corda se aperte em volta do meu pescoço. Nesse fim de semana vou empreender uma leitura clichê: “Manifesto do Partido Comunista” de Marx & Engels. Já comecei, mas não saí do primeiro capítulo, vamos esperar que eu chegue ao fim e sem precisar de reler eu consiga concluir meu julgo.

Outra coisa, que tinha me prometido era que organizaria meus poemas e textos, não consegui, vão continuar bagunçadíssimos espalhados por vários cadernos, hds e blogs. Um perigo para os meus direitos autorais...

Mais uma coisa...

 - Que tal ser ateia em uma família católica?
 - É assim, eu como muito bem nos feriados, principalmente na páscoa: chocolate 'glorificado' e sem blá, blá, blá da família... E nem preciso encenar nada. Engorda, mas a gente releva.

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Acabei de achar... Muito bom:








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