quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Os livros que eu li




Lembro de sempre ter lido alguma coisa, mas a minha mais tenra lembrança do quão capaz é um livro, vem dos meus cinco anos: Eu estava na sala de aula lendo alguma versão sobre sereias – eu acho; eu simplesmente lia e quando me dei conta todos os outros alunos já estavam em fila pra irem embora. Eu não havia nem escutado o sino tocar.

Um dos meus grandes sonhos de infância era completar doze anos, era só com essa idade que eu poderia ter uma carteirinha da biblioteca pública. Eu me lembro bem da felicidade que senti no dia que consegui a carteirinha de número 9370. Foi lá que eu consegui acesso aos seis primeiros livros da série Harry Potter (O sétimo e último eu ganhei, da minha tia, perto do natal de 2007, quase tive um ataque quando achei o pacote em cima da minha cama. Lembro que li pelo menos ¼ do livro naquela noite.), foi lá que eu consegui alguns livros da série “Angélica- A marquesa dos anjos”, que me chamavam a atenção pelas capas “quentes”, foi de lá que eu consegui “ O Fã Clube” que não consegui ler porque minha tia achou que não era coisa pra minha idade... Os romances do Jô soares, O Retrato de Dorian Gray, vários livros da Série Vagalume, e muitos, muitos outros... Eu lia em média dois livros por semana dos meus doze aos quatorze anos. Hoje, já não são tantos.

Agora eu estou começando a minha biblioteca, com livros antigos, livros que eu ganhei de presente, que esqueceram de pegar de volta, que eu achei na rua, que eu paguei, que eu não quis mais devolver...

Ainda são poucos, mas sei que com o tempo serão centenas e que estarão comigo até eu morrer e depois disso vão pra algum lugar. Um lugar onde apaixonados como eu possam se maravilhar com as páginas que me fizeram ser, em grande parte, o que eu sou.

Eles podem ser pequenos. Médios, grandes, velhos, mal cuidados, novos, sujos de café ou chocolate, com fósseis de pequenos mosquitos, com figuras ou não, com dez, cem, quinhentas, mil páginas; eles podem ter capas coloridas ou apenas ter na capa seu título; podem falar de bruxos, escaravelhos, do homem que matou um presidente ou de um ditador...

Não importa do que se fale, nem se é ficção ou realidade, nem em qual estado estejam às páginas, um livro onde os parágrafos estejam legíveis sempre te trará mais para viver e sonhar.

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