sábado, 14 de agosto de 2010

Desnecessariamente humanos

Desnecessariamente humanos
Começamos primitivos e em sua totalidade motora instintivos: alimentávamo-nos, nos reproduzíamos e por fim vinha a morte; éramos nômades e práticos. “Evoluímos” e formulamos nossas ações e diferenciamos nossas operações, passamos por um processo de intelectualização. A vivência psíquica e física humana é o motor para a afirmação da existência pós “irracionalidade animal”. Mas como demasiados que somos, procuramos a muito, sempre algo a mais, somos supérfluos por criação. Queremos ser mais e parecer mais, a superiorização e a divisão são correntes no nosso pensar. Saturamos nossos níveis de normalidade vital para podermos nos sobressair, nos individualizar; no geral captar prêmios extracorpóreos para sermos únicos. A inútil expectativa de estar presente nos pensamentos e vivos com um todo biológico e psicológico é a razão de gastarmos nossas forças com coisas além do instinto animal. Queremos confortavelmente nos sentir vivos e únicos.


Geisiane A. Gomes 
14.08.10

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