tradução de Nine in the afternoon-Panic at The Disc
"Nove da tarde"
De volta à rua onde nós começamos
Sentindo-se tão bem quanto os apaixonados, sabe?
Sim, estamos tão bem
Escolhendo coisas que não deveríamos ler
Parece o fim da história como conhecemos
É o fim do mundo
De volta à rua onde nós começamos
Sentindo-se tão bem quanto o amor, você poderia, você
pode
Num lugar onde os pensamentos podem florescer
Num quarto onde são nove da tarde
E nós sabemos que poderia ser
E nós sabemos que deveria
E você sabe que sente isso também
Porque são nove da tarde e
Seus olhos são do tamanho da lua
Você poderia, porque você pode, então você faz
Nós estamos nos sentindo tão bem, do nosso jeito
Quando são nove da tarde
Seus olhos são do tamanho da lua
Você poderia, porque você pode, então você faz
Nós estamos nos sentindo tão bem
De volta à rua, até nossos pés
Perdendo a sensação de se sentir único
Você sabe o que eu quero dizer?
De volta ao lugar em que falávamos
"Cara, é tão bom se sentir desse jeito"
Agora eu entendo o que quero dizer
De volta à rua, de volta ao lugar
De volta ao quarto onde tudo começou
De volta ao quarto onde tudo começou
Porque são nove da tarde e
Seus olhos são do tamanho da lua
Você poderia, porque você pode, então você faz
Nós estamos nos sentindo tão bem, fazendo do nosso jeito
Quando são nove da tarde
Seus olhos são do tamanho da lua
Você poderia, porque você pode, então você faz
Nós estamos nos sentindo tão bem, do nosso jeito
Quando são nove da tarde
Seus olhos são do tamanho da lua
Você poderia, porque você pode, então você faz
Nós estamos nos sentindo tão bem, do nosso jeito
Quando são nove da tarde
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Back to the street where we began
Feeling as good as lovers can, you know
Yeah we're feeling so good
Picking up things we shouldn't read
Looks like the end of history as we know
It's just the end of the world
Back to the street where we began
Feeling as good as love, you could, you can
Into a place where thoughts can bloom
Into a room where it's nine in the afternoon
And we know that it could be
And we know that it should
And you know that you feel it to
‘Cause it's nine in the afternoon
And your eyes are the size of the moon
You could ‘cause you can so you do
We're feeling so good, just the way that we do
When it's nine in the afternoon
Your eyes are the size of the moon
You could ‘cause you can so you do
We're feeling so good
Back to the street, down to our feet
Losing the feeling of feeling unique
Do you know what I mean?
Back to the place where we used to say,
"Man it feels good to feel this way"
Now I know what I mean
Back to the street, back to the place
Back to the room where it all began
Back to the room where it all began
'Cause it's nine in the afternoon
Your eyes are the size of the moon
You could ‘cause you can so you do
We're feeling so good, just the way that we do
When it's nine in the afternoon
Your eyes are the size of the moon
You could ‘cause you can so you do
We're feeling so good, just the way that we do
When it's nine in the afternoon
Your eyes are the size of the moon
You could ‘cause you can so you do
We're feeling so good, just the way that we do
When it's nine in the afternoon
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
domingo, 28 de setembro de 2008
Todos por uma nação laica
O laicismo é uma doutrina filosófica que defende e promove a separação do Estado das igrejas e comunidades religiosas, assim como a neutralidade do Estado em matéria religiosa. Não deve ser confundida com o ateísmo de Estado.
Os valores primaciais do laicismo são a liberdade de consciência, a igualdade entre cidadãos em matéria religiosa, e a origem humana e democraticamente estabelecida das leis do Estado.
Esta corrente surge a partir dos abusos que foram cometidos pela intromissão de correntes religiosas na política das nações e nas Universidades pós-medievais. A afirmação de Max Weber de que "Deus é um tipo ideal criado pelo próprio homem", demonstra a ânsia por deixar de lado a forte influência religiosa percebida na idade média, em busca do fortalecimento de um Estado laico. O laicismo teve seu auge no fim do século XIX e no início do século XX.
A palavra laico é um adjetivo que significa uma atitude crítica e separadora da interferência da religião organizada na vida pública das sociedades contemporâneas. Politicamente podemos dividir os países em duas categorias, os laicos e não laicos, em que nos países politicamente laicos a religião não interfere directamente na política, como é o caso dos países ocidentais em geral. Países não laicos são teocráticos, e a religião tem papel ativo na política e até mesmo constituição, como é o caso do Irão e do Vaticano, entre outros.
Esta visão política está relacionada à laicidade e laicismo e ao secularismo
O laicismo é uma doutrina filosófica que defende e promove a separação do Estado das igrejas e comunidades religiosas, assim como a neutralidade do Estado em matéria religiosa. Não deve ser confundida com o ateísmo de Estado.
Os valores primaciais do laicismo são a liberdade de consciência, a igualdade entre cidadãos em matéria religiosa, e a origem humana e democraticamente estabelecida das leis do Estado.
Esta corrente surge a partir dos abusos que foram cometidos pela intromissão de correntes religiosas na política das nações e nas Universidades pós-medievais. A afirmação de Max Weber de que "Deus é um tipo ideal criado pelo próprio homem", demonstra a ânsia por deixar de lado a forte influência religiosa percebida na idade média, em busca do fortalecimento de um Estado laico. O laicismo teve seu auge no fim do século XIX e no início do século XX.
A palavra laico é um adjetivo que significa uma atitude crítica e separadora da interferência da religião organizada na vida pública das sociedades contemporâneas. Politicamente podemos dividir os países em duas categorias, os laicos e não laicos, em que nos países politicamente laicos a religião não interfere directamente na política, como é o caso dos países ocidentais em geral. Países não laicos são teocráticos, e a religião tem papel ativo na política e até mesmo constituição, como é o caso do Irão e do Vaticano, entre outros.
Esta visão política está relacionada à laicidade e laicismo e ao secularismo
Você acha que novas descobertas sobre a vida de Jesus podem abalar a fé dos cristãos?
Geisiane A. Gomes
23/08/2008
Duvido
Os cristãos não deixaram de crer em sua religião apos muitos acontecimentos devastadores quem disse que vão parar pra pensar agora ??? Acho que a cegueira deles não deixa caminho algum pra salvação de suas mentes.
Postei isso na parte de opiniões da revista Galileu do mês passado
Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências… Baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar.”
Carl Sagan
"Eu sou contra a religião porque ela nos ensina a nos satisfazermos ao não entender o mundo."
Richard Dawkins
"A religião é a maior arma na guerra contra a realidade".
Anônimo.
domingo, 21 de setembro de 2008
Nietzsche, Friedrich
Muitas vezes mal interpretado como filósofo, ora em função de seu estilo poético, ora devido à exploração pelo nazismo de certos aspectos de seu pensamento, Nietzsche, na verdade, foi um dos críticos mais agudos da religião, da moral e da tradição filosófica do Ocidente. Nessa condição, influenciou filósofos, teólogos, psicólogos e escritores do século XX.
Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em 15 de outubro de 1844 em Röcken, na Saxônia prussiana. Filho e neto de pastores protestantes, perdeu prematuramente o pai em 1849 e ficou aos cuidados da mãe, da avó e da irmã mais velha. Em 1858 obteve uma bolsa de estudos para a escola de Pforta e em 1864 ingressou na Universidade de Bonn, para estudar teologia e filologia. Transferiu-se em 1865 para a Universidade de Leipzig, por indicação do mestre Friedrich Wilhelm Ritschl, graças a quem, ainda aos 25 anos, Nietzsche foi contratado pela Universidade de Basiléia como catedrático de filologia clássica.
Nessa fase, compôs obras musicais à maneira de Schumann, fez amizade com Richard Wagner e conheceu a filosofia de Schopenhauer. Em 1870, durante a guerra franco-prussiana, Nietzsche serviu como enfermeiro voluntário e um mês depois, muito doente, teve de voltar a dar aulas. Em 1872 publicou Die Geburt der Tragödie aus dem Geiste der Musik (O nascimento da tragédia no espírito da música), que antecipa as linhas essenciais de seu pensamento e tornou-se um clássico na história da estética. Nesse livro, Nietzsche sustenta que a tragédia grega teria surgido da fusão de dois componentes: o apolíneo, que representava a medida e a ordem, e o dionisíaco, símbolo da paixão vital e da intuição. Sócrates, ao impor o ideal racionalista apolíneo, teria causado a morte da tragédia e a progressiva separação entre pensamento e vida. As dez últimas seções constituem uma rapsódia sobre o renascimento da tragédia a partir do espírito da música de Wagner.
Em suas obras seguintes, como Unzeitgemässe Betrachtungen (1873-1874; Considerações inatuais), em que exalta o pessimismo de Schopenhauer, e Menschliches, Allzumenschliches (1878; Humano, demasiado humano), em que se mostra convertido ao Iluminismo e faz os primeiros ataques à moral cristã, Nietzsche expõe algumas de suas idéias mais contundentes, desenvolvidas ainda em Die Fröliche Wissenschaft (1882; A gaia ciência), Jenseits von Gut und Böse (1886; Para além do bem e do mal) e Zur Genealogie der Moral (1887; Sobre a genealogia da moral), em aforismos brilhantes e demolidores.
Com freqüentes e fortes dores de cabeça, enxergando pouco, o filósofo foi obrigado a aposentar-se. Daí em diante levou vida itinerante e de isolamento crescente na Suíça, na Itália e na Riviera francesa. De 1883 a 1891 publicou as quatro partes de sua obra principal, Also Sprach Zarathustra (Assim falou Zaratustra), de estilo bíblico e poético, entre o dos pré-socráticos e o dos profetas hebraicos. Sob a máscara do lendário sábio persa, anuncia sua filosofia do eterno retorno e do super-homem, que derrotariam a moral cristã e o ascetismo servil. O livro póstumo Der Wille zur Macht (A vontade de potência) organizado pela irmã, Elizabeth Förster Nietzsche, reúne arbitrariamente notas e rascunhos, nem sempre fiéis às idéias do autor. É autêntica, porém, a autobiografia espiritual Ecce Homo, escrita em 1888.
O vigoroso espírito crítico de Nietzsche incidiu especialmente sobre a ética cristã: para esta, o bom é o humilde, pacífico, adaptável; e o mau é o forte, enérgico e altivo. Para Nietzsche, essa é a moralidade tanto de senhores quanto de escravos. O valor supremo que deve nortear o critério do que é bom, verdadeiro e belo é a vontade de potência: é bom o que vem da vontade de potência, é mau o que vem da fraqueza. O homem aspira à imortalidade, mas esse conceito nada significa, já que a realidade se repete a si mesma num devir que constitui o eterno retorno. O homem só se salva com a aceitação da finitude, pois se converte em dono de seu destino, se liberta do desespero para afirmar-se no gozo e na dor de existir. O futuro da humanidade depende dos super-homens, capazes de se sobrepor à fraqueza, e não da integração destes ao rebanho.
Em janeiro de 1889, Nietzsche sofreu um grave colapso nas ruas de Turim e perdeu definitivamente a razão. Ao ser internado em Basiléia, diagnosticou-se uma "paralisia progressiva", provavelmente em conseqüência de infecção sifilítica contraída na juventude. Passou os últimos dez anos de vida na casa da mãe e, com a morte desta, na da irmã. Nacionalista alemã fanática, Elizabeth escreveu volumosa biografia sobre o irmão em que, a serviço dos ideais chauvinistas, lhe deturpou os fatos biográficos e as opiniões políticas, atribuindo caráter nacionalista às investidas de Nietzsche contra os valores cristãos e seus conceitos de vontade de poder e super-homem. Nietzsche, na verdade adversário do nacionalismo e do anti-semitismo, morreu em Weimar, em 25 de agosto de 1900.
Muitas vezes mal interpretado como filósofo, ora em função de seu estilo poético, ora devido à exploração pelo nazismo de certos aspectos de seu pensamento, Nietzsche, na verdade, foi um dos críticos mais agudos da religião, da moral e da tradição filosófica do Ocidente. Nessa condição, influenciou filósofos, teólogos, psicólogos e escritores do século XX.
Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em 15 de outubro de 1844 em Röcken, na Saxônia prussiana. Filho e neto de pastores protestantes, perdeu prematuramente o pai em 1849 e ficou aos cuidados da mãe, da avó e da irmã mais velha. Em 1858 obteve uma bolsa de estudos para a escola de Pforta e em 1864 ingressou na Universidade de Bonn, para estudar teologia e filologia. Transferiu-se em 1865 para a Universidade de Leipzig, por indicação do mestre Friedrich Wilhelm Ritschl, graças a quem, ainda aos 25 anos, Nietzsche foi contratado pela Universidade de Basiléia como catedrático de filologia clássica.
Nessa fase, compôs obras musicais à maneira de Schumann, fez amizade com Richard Wagner e conheceu a filosofia de Schopenhauer. Em 1870, durante a guerra franco-prussiana, Nietzsche serviu como enfermeiro voluntário e um mês depois, muito doente, teve de voltar a dar aulas. Em 1872 publicou Die Geburt der Tragödie aus dem Geiste der Musik (O nascimento da tragédia no espírito da música), que antecipa as linhas essenciais de seu pensamento e tornou-se um clássico na história da estética. Nesse livro, Nietzsche sustenta que a tragédia grega teria surgido da fusão de dois componentes: o apolíneo, que representava a medida e a ordem, e o dionisíaco, símbolo da paixão vital e da intuição. Sócrates, ao impor o ideal racionalista apolíneo, teria causado a morte da tragédia e a progressiva separação entre pensamento e vida. As dez últimas seções constituem uma rapsódia sobre o renascimento da tragédia a partir do espírito da música de Wagner.
Em suas obras seguintes, como Unzeitgemässe Betrachtungen (1873-1874; Considerações inatuais), em que exalta o pessimismo de Schopenhauer, e Menschliches, Allzumenschliches (1878; Humano, demasiado humano), em que se mostra convertido ao Iluminismo e faz os primeiros ataques à moral cristã, Nietzsche expõe algumas de suas idéias mais contundentes, desenvolvidas ainda em Die Fröliche Wissenschaft (1882; A gaia ciência), Jenseits von Gut und Böse (1886; Para além do bem e do mal) e Zur Genealogie der Moral (1887; Sobre a genealogia da moral), em aforismos brilhantes e demolidores.
Com freqüentes e fortes dores de cabeça, enxergando pouco, o filósofo foi obrigado a aposentar-se. Daí em diante levou vida itinerante e de isolamento crescente na Suíça, na Itália e na Riviera francesa. De 1883 a 1891 publicou as quatro partes de sua obra principal, Also Sprach Zarathustra (Assim falou Zaratustra), de estilo bíblico e poético, entre o dos pré-socráticos e o dos profetas hebraicos. Sob a máscara do lendário sábio persa, anuncia sua filosofia do eterno retorno e do super-homem, que derrotariam a moral cristã e o ascetismo servil. O livro póstumo Der Wille zur Macht (A vontade de potência) organizado pela irmã, Elizabeth Förster Nietzsche, reúne arbitrariamente notas e rascunhos, nem sempre fiéis às idéias do autor. É autêntica, porém, a autobiografia espiritual Ecce Homo, escrita em 1888.
O vigoroso espírito crítico de Nietzsche incidiu especialmente sobre a ética cristã: para esta, o bom é o humilde, pacífico, adaptável; e o mau é o forte, enérgico e altivo. Para Nietzsche, essa é a moralidade tanto de senhores quanto de escravos. O valor supremo que deve nortear o critério do que é bom, verdadeiro e belo é a vontade de potência: é bom o que vem da vontade de potência, é mau o que vem da fraqueza. O homem aspira à imortalidade, mas esse conceito nada significa, já que a realidade se repete a si mesma num devir que constitui o eterno retorno. O homem só se salva com a aceitação da finitude, pois se converte em dono de seu destino, se liberta do desespero para afirmar-se no gozo e na dor de existir. O futuro da humanidade depende dos super-homens, capazes de se sobrepor à fraqueza, e não da integração destes ao rebanho.
Em janeiro de 1889, Nietzsche sofreu um grave colapso nas ruas de Turim e perdeu definitivamente a razão. Ao ser internado em Basiléia, diagnosticou-se uma "paralisia progressiva", provavelmente em conseqüência de infecção sifilítica contraída na juventude. Passou os últimos dez anos de vida na casa da mãe e, com a morte desta, na da irmã. Nacionalista alemã fanática, Elizabeth escreveu volumosa biografia sobre o irmão em que, a serviço dos ideais chauvinistas, lhe deturpou os fatos biográficos e as opiniões políticas, atribuindo caráter nacionalista às investidas de Nietzsche contra os valores cristãos e seus conceitos de vontade de poder e super-homem. Nietzsche, na verdade adversário do nacionalismo e do anti-semitismo, morreu em Weimar, em 25 de agosto de 1900.
Pascal, Blaise
"O coração tem razões que a própria razão desconhece" é a frase conhecida do filósofo e escritor francês Pascal que a humanidade repete há séculos e que nomeia os dois elementos do conhecimento sobre os quais ele construiu sua doutrina filosófica -- o raciocínio lógico e a emoção.
Blaise Pascal nasceu em 19 de junho de 1623 em Clermont-Ferrant, Auvergne. Seu talento precoce para as ciências físicas levou a família para Paris, onde ele se dedicou ao estudo da matemática. Aos 16 anos escreveu Éssai pour les coniques (1640; Ensaio sobre as cônicas). Seu pai foi transferido para Rouen e lá Pascal realizou as primeiras pesquisas no campo da física e inventou uma pequena máquina de calcular, a primeira calculadora manual que se conhece, conservada no Conservatório de Artes e Medidas de Paris.
Datam desse período em Rouen os contatos iniciais de Pascal com os jansenistas, facção católica que, inspirada em santo Agostinho, rejeitava o conceito de livre-arbítrio, aceitava a predestinação e ensinava que a graça divina, e não as boas obras, é a chave da salvação. Assim, cedo Pascal se encontrou nos dois campos que definiram o desenvolvimento posterior de sua doutrina: a ciência, que existe no mundo da razão; e a fé religiosa, que pertence ao coração, única via para as angústias existenciais e questões metafísicas.
De volta a Paris em 1647, dedicou-se a intensa atividade científica. Realizou experiências sobre a pressão atmosférica, na tentativa de calcular seu valor, escreveu um tratado sobre o vácuo, inventou a prensa hidráulica e a seringa e aperfeiçoou o barômetro de Torricelli. Em matemática ficaram célebres sua teoria da probabilidade e seu Traité du triangle arithmétique (1654; Tratado do triângulo aritmético). Seu triângulo apresentava diversas relações que seriam de grande utilidade para o desenvolvimento posterior da estatística.
Após uma poderosa experiência mística em 1654, decidiu dedicar-se a Deus e à religião e no ano seguinte recolheu-se à abadia de Port-Royal des Champs, centro do jansenismo. Nesse período, elaborou os princípios de sua doutrina filosófica, centrada na contraposição dos dois elementos básicos e não excludentes do conhecimento: de um lado o "espírito geométrico", a razão, que tende ao lógico e ao exato; do outro, o "espírito de finura", o coração, que transcende o mundo exterior e é capaz de apreender o inefável, o religioso e o moral. Na base dessa bipartição está a oposição entre a natureza divina do espírito e a natureza humana, falha e pecaminosa, da matéria.
Duas das obras de Pascal concentram suas principais concepções filosófico-religiosas: Les Provinciales (1656-1657; As provinciais), conjunto de 18 cartas escritas para defender o jansenista Antoine Arnauld, oponente dos jesuítas que estava em julgamento pelos teólogos de Paris; e Pensées (1670; Pensamentos), um tratado sobre a espiritualidade, em que faz a defesa do cristianismo. Em ambas denuncia a casuística jesuíta por substituir a angústia metafísica pela observância automática dos ritos, simplificação inaceitável da prática e da fé religiosa.
Em Les Provinciales surgiram as primeiras evidências de que Pascal se afastava do jansenismo, tendência aprofundada nas Pensées. Pascal voltou-se para uma visão antropocêntrica da graça e deu à iniciativa humana uma importância que não mais se coadunava com os postulados jansenistas. Revestiu suas reflexões filosóficas de um estilo elegante, breve e conciso que o tornou o primeiro grande prosador da literatura francesa. Em linguagem profundamente identificada com sua visão singular do mundo, transmitiu, com senso exato da palavra, a contradição entre a lógica pura e a angústia existencial, o antagonismo entre o cientista e o metafísico, a luta entre o espírito e a carne. Fascinado pelos mistérios do que chamou de "condição humana", tratou com tamanha lucidez essa categoria que ela adquiriu um sentido definitivo na filosofia moderna.
A obra de Pascal como teólogo e escritor foi muito mais influente do que sua contribuição à ciência. Está presente nos românticos do século XVIII, nas reflexões de Nietzsche e nos modernistas católicos, que encontram nele o precursor de seu pragmatismo. Dentre os pensadores do século XX, equipara-se a Kierkegaard, Kafka, Heidegger e Sartre e destaca-se como um dos mestres do racionalismo e irracionalismo modernos.
Com a saúde muito abalada, Pascal pouco escreveu a partir de 1659. Compôs a "oração pela conversão" que despertou a admiração dos ingleses Charles e John Wesley, fundadores da Igreja Metodista. Pascal morreu em Paris em 19 de agosto de 1662.
"O coração tem razões que a própria razão desconhece" é a frase conhecida do filósofo e escritor francês Pascal que a humanidade repete há séculos e que nomeia os dois elementos do conhecimento sobre os quais ele construiu sua doutrina filosófica -- o raciocínio lógico e a emoção.
Blaise Pascal nasceu em 19 de junho de 1623 em Clermont-Ferrant, Auvergne. Seu talento precoce para as ciências físicas levou a família para Paris, onde ele se dedicou ao estudo da matemática. Aos 16 anos escreveu Éssai pour les coniques (1640; Ensaio sobre as cônicas). Seu pai foi transferido para Rouen e lá Pascal realizou as primeiras pesquisas no campo da física e inventou uma pequena máquina de calcular, a primeira calculadora manual que se conhece, conservada no Conservatório de Artes e Medidas de Paris.
Datam desse período em Rouen os contatos iniciais de Pascal com os jansenistas, facção católica que, inspirada em santo Agostinho, rejeitava o conceito de livre-arbítrio, aceitava a predestinação e ensinava que a graça divina, e não as boas obras, é a chave da salvação. Assim, cedo Pascal se encontrou nos dois campos que definiram o desenvolvimento posterior de sua doutrina: a ciência, que existe no mundo da razão; e a fé religiosa, que pertence ao coração, única via para as angústias existenciais e questões metafísicas.
De volta a Paris em 1647, dedicou-se a intensa atividade científica. Realizou experiências sobre a pressão atmosférica, na tentativa de calcular seu valor, escreveu um tratado sobre o vácuo, inventou a prensa hidráulica e a seringa e aperfeiçoou o barômetro de Torricelli. Em matemática ficaram célebres sua teoria da probabilidade e seu Traité du triangle arithmétique (1654; Tratado do triângulo aritmético). Seu triângulo apresentava diversas relações que seriam de grande utilidade para o desenvolvimento posterior da estatística.
Após uma poderosa experiência mística em 1654, decidiu dedicar-se a Deus e à religião e no ano seguinte recolheu-se à abadia de Port-Royal des Champs, centro do jansenismo. Nesse período, elaborou os princípios de sua doutrina filosófica, centrada na contraposição dos dois elementos básicos e não excludentes do conhecimento: de um lado o "espírito geométrico", a razão, que tende ao lógico e ao exato; do outro, o "espírito de finura", o coração, que transcende o mundo exterior e é capaz de apreender o inefável, o religioso e o moral. Na base dessa bipartição está a oposição entre a natureza divina do espírito e a natureza humana, falha e pecaminosa, da matéria.
Duas das obras de Pascal concentram suas principais concepções filosófico-religiosas: Les Provinciales (1656-1657; As provinciais), conjunto de 18 cartas escritas para defender o jansenista Antoine Arnauld, oponente dos jesuítas que estava em julgamento pelos teólogos de Paris; e Pensées (1670; Pensamentos), um tratado sobre a espiritualidade, em que faz a defesa do cristianismo. Em ambas denuncia a casuística jesuíta por substituir a angústia metafísica pela observância automática dos ritos, simplificação inaceitável da prática e da fé religiosa.
Em Les Provinciales surgiram as primeiras evidências de que Pascal se afastava do jansenismo, tendência aprofundada nas Pensées. Pascal voltou-se para uma visão antropocêntrica da graça e deu à iniciativa humana uma importância que não mais se coadunava com os postulados jansenistas. Revestiu suas reflexões filosóficas de um estilo elegante, breve e conciso que o tornou o primeiro grande prosador da literatura francesa. Em linguagem profundamente identificada com sua visão singular do mundo, transmitiu, com senso exato da palavra, a contradição entre a lógica pura e a angústia existencial, o antagonismo entre o cientista e o metafísico, a luta entre o espírito e a carne. Fascinado pelos mistérios do que chamou de "condição humana", tratou com tamanha lucidez essa categoria que ela adquiriu um sentido definitivo na filosofia moderna.
A obra de Pascal como teólogo e escritor foi muito mais influente do que sua contribuição à ciência. Está presente nos românticos do século XVIII, nas reflexões de Nietzsche e nos modernistas católicos, que encontram nele o precursor de seu pragmatismo. Dentre os pensadores do século XX, equipara-se a Kierkegaard, Kafka, Heidegger e Sartre e destaca-se como um dos mestres do racionalismo e irracionalismo modernos.
Com a saúde muito abalada, Pascal pouco escreveu a partir de 1659. Compôs a "oração pela conversão" que despertou a admiração dos ingleses Charles e John Wesley, fundadores da Igreja Metodista. Pascal morreu em Paris em 19 de agosto de 1662.
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